segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Quando chovo


Outro dia eu chovia
Pois eu chovo e já chovi
Trovoadas relampeadas
Mas assim eu nunca vi

Feito choro de viúva
De dentro do guarda chuva
Encharcando a renda luva
Chovendo dentro de si...

Num dilúvio inunda mundo
Desses que transbordam o ser
Sem nem dar tempo pra arca
Enche sem nem perceber

À deriva assim imerso
Submerso nestes versos
Mergulhado dentro m'agoa
Sem acordar, sem nascer...


quinta-feira, 7 de abril de 2016

E o mar

um verso que desconserta
quenem criança peralta
tem sempre a palavra certa
tem sempre o toque que falta

sereno que molha a rua
cenário de serenata
canção leve que flutua
que todo o amor arrebata

um garoto passarinho
sentou no banco da praça
como quem pousa no ninho
de um tempo que passa e passa

efêmero é o velho tempo
rotineiro e intolerante
transpassando os passageiros
perene mesmo é o instante

fiz este verso canção
meio saudade meio hino
para saudar no tefrão
Quintana eterno menino

rua da praia
e o mar e o mar e o mar e o mar...