De onde vem a inspiração,
Será que vem do pulmão?
Sócrates disse a Platão
Nem mesmo sabe o poeta.
Por certo do coração
É lá que mora a emoção
É de lá que vem canção
Depois a razão completa
Da alma e seus ardores
Sua luz emanando cores
Das dimensões superiores
Feito chuva de cometas
Derrama-se, traz afetos
Do mar do espírito aporta
É Deus escrevendo reto
Seus versos de linhas tortas
segunda-feira, 14 de março de 2011
terça-feira, 1 de março de 2011
Vida
Se hei de escrever-te algo, Vida
Do experimentar tua dor, tua alegria
Que seja entao em forma de poesia
E não será de todo obra perdida
Misterioso é esse caminho a que convidas
Que se não convidasse, mesmo eu ia
Atrás de algo que ninguém saberia
Enquanto houvesse verdade diluída
Ah quantos como eu! Ah quantas idas!
Quantas horas cumpridas compridas, meses, dias
Nessa roda que não finda ou principia
Embalando a consciência adormecida
És luta, palco, existência digerida
Um cultivar, semente que recria-se
Como a noite aurora prenuncia
És gestação para uma outra Vida?
Do experimentar tua dor, tua alegria
Que seja entao em forma de poesia
E não será de todo obra perdida
Misterioso é esse caminho a que convidas
Que se não convidasse, mesmo eu ia
Atrás de algo que ninguém saberia
Enquanto houvesse verdade diluída
Ah quantos como eu! Ah quantas idas!
Quantas horas cumpridas compridas, meses, dias
Nessa roda que não finda ou principia
Embalando a consciência adormecida
És luta, palco, existência digerida
Um cultivar, semente que recria-se
Como a noite aurora prenuncia
És gestação para uma outra Vida?
Canibalismo (Poema Antropofágico)
Chupava tuas costelas
Partidas, cozidas
Quando me veio tua imagem
Corpo roliço curvas belas
Gazela selvagem
Pele cuia cor canela
Ouro o pelo refletia
E quanto mais lembrava
Como era gostosa
Mais e mais
O último pedaço de osso
Ainda com gosto
Lambia...
Partidas, cozidas
Quando me veio tua imagem
Corpo roliço curvas belas
Gazela selvagem
Pele cuia cor canela
Ouro o pelo refletia
E quanto mais lembrava
Como era gostosa
Mais e mais
O último pedaço de osso
Ainda com gosto
Lambia...
Alimento
Estou sedento, boca árida
Dê-me um copo de Pessoa
Fome doída, cara pálida
Quero Neruda, carne boa
Da quitanda um bom Quintana
Iogurte com Goulart
Depois doce de Adriana
Oswald para que me farte
Vinícius me deixa faceiro
Bebo misturado a Chico.
Caetano, Cidade, Baleiro
Bandeira, banquete rico
Todo poema é alimento
Que a fome do poeta sacia
Tem "sustância", dá sustento
Café com fé e poesia
Dê-me um copo de Pessoa
Fome doída, cara pálida
Quero Neruda, carne boa
Da quitanda um bom Quintana
Iogurte com Goulart
Depois doce de Adriana
Oswald para que me farte
Vinícius me deixa faceiro
Bebo misturado a Chico.
Caetano, Cidade, Baleiro
Bandeira, banquete rico
Todo poema é alimento
Que a fome do poeta sacia
Tem "sustância", dá sustento
Café com fé e poesia
Ameixa
Amei
Chamei
Chamei
Você não veio
Chorei
Xinguei
Cheirei
Cheguei nem sei
Voltou
Sem vir
Seu vulto
Vindo vi
Suei
Sonhei
Sem sono
E sem dormir
Treinei
Tremi
Tramei
Mas não trai
Zombei
Zumbi
Zanzando
Por ai
Doeu
Doido
O dó
Que deu de ti
Falei
Fali
Fiz fogo
Enfureci
Matei
Morri
A magoa
Demoli
Surrado
Sorri
Seu erro
Foi sair
Amei
Chamei
Chamei
Você não veio
Amei
Chamei
Oh!
Você não veio...
Chamei
Chamei
Você não veio
Chorei
Xinguei
Cheirei
Cheguei nem sei
Voltou
Sem vir
Seu vulto
Vindo vi
Suei
Sonhei
Sem sono
E sem dormir
Treinei
Tremi
Tramei
Mas não trai
Zombei
Zumbi
Zanzando
Por ai
Doeu
Doido
O dó
Que deu de ti
Falei
Fali
Fiz fogo
Enfureci
Matei
Morri
A magoa
Demoli
Surrado
Sorri
Seu erro
Foi sair
Amei
Chamei
Chamei
Você não veio
Amei
Chamei
Oh!
Você não veio...
Farinha de flor
O amor é um balde
Um balde cheio até a borda
Que carrego rápida e suavemente
Sobre a cabeça sem derramar uma gota.
O amor é uma colher
Uma colher do néctar mais doce inebriante
Que toco com a ponta da língua
E enlouqueço.
O amor é um fio
Um fino fio que é trilha
Única trilha.
O amor é farinha de flor
Da qual se amassa
O pão nosso...
Um balde cheio até a borda
Que carrego rápida e suavemente
Sobre a cabeça sem derramar uma gota.
O amor é uma colher
Uma colher do néctar mais doce inebriante
Que toco com a ponta da língua
E enlouqueço.
O amor é um fio
Um fino fio que é trilha
Única trilha.
O amor é farinha de flor
Da qual se amassa
O pão nosso...
Vera
Quem foi que coloriu a primavera
De que aquarela surgiram tantos tons matinais?
O céu azul, a luz nos olhos dela
Animada tela de cores astrais.
Por certo quem bordou as estrelas
No vestido negro da noite, um luau
Quem escreveu o texto da novela
Do filme, teatro da vida real.
Quem foi o escultor, o arquiteto
Que fez tal projeto tão sensacional?
Quem foi o engenheiro o poeta
Que inventou o amor, o primeiro jogral.
Quem inventou o inventor?
E quem criou a criação?
Quem viu a mão desse criador?
E quem imaginou a imaginação?
De que aquarela surgiram tantos tons matinais?
O céu azul, a luz nos olhos dela
Animada tela de cores astrais.
Por certo quem bordou as estrelas
No vestido negro da noite, um luau
Quem escreveu o texto da novela
Do filme, teatro da vida real.
Quem foi o escultor, o arquiteto
Que fez tal projeto tão sensacional?
Quem foi o engenheiro o poeta
Que inventou o amor, o primeiro jogral.
Quem inventou o inventor?
E quem criou a criação?
Quem viu a mão desse criador?
E quem imaginou a imaginação?
Relógio
Tic-tac
Tic-tac
tac-tic
Tac-tic
Passei a manhã sentado
Numa cadeira vazia
Com o olhar transpassado
Lendo minha própria poesia
A tarde veio de um lado
Deu boa tarde ao meio-dia
A noite vinha sonhando
Só isso que ela fazia
Mas o relógio apressado
Grita "vamo logo", na vigília
Também, pra vê-lo parado (o "pelego")
Só mesmo sem corda ou sem pilha (esse filha...)
Tic-tac
Tic-tac
tac-tic
Tac-tic
Tic-tac
tac-tic
Tac-tic
Passei a manhã sentado
Numa cadeira vazia
Com o olhar transpassado
Lendo minha própria poesia
A tarde veio de um lado
Deu boa tarde ao meio-dia
A noite vinha sonhando
Só isso que ela fazia
Mas o relógio apressado
Grita "vamo logo", na vigília
Também, pra vê-lo parado (o "pelego")
Só mesmo sem corda ou sem pilha (esse filha...)
Tic-tac
Tic-tac
tac-tic
Tac-tic
Sensibilidade
Toda tinta é a cor da verdade
Quando a pena desliza sozinha
No balé da sinceridade
Sensibilidade da linha
E o som cristaliza figuras
O olho do sentido arregala
Do peito íntimo ao céu nas alturas
Tudo é cor, tudo é luz, tudo fala...
Quando a pena desliza sozinha
No balé da sinceridade
Sensibilidade da linha
E o som cristaliza figuras
O olho do sentido arregala
Do peito íntimo ao céu nas alturas
Tudo é cor, tudo é luz, tudo fala...
A pesioa e o poeta
A poesia é uma guria
Formosa que se embalança
E o poeta, só podia
Passa o dia e não se cansa
Contagiado com a euforia
Louquinho pra entrar na dança
A poesia é uma flor
Mais cheirosa e colorida
E o poeta voador
No ar, com o olhar convida
A bela a um beijo de amor
Beija-flor por toda vida
A poesia é um tesouro
Escondido em alguma ilha
O poeta, pirata mouro
Que navega em sua trilha
Em seus versos ouve-se estouros
Ice a vela! Alce a escotilha!
A poesia tem a estética
O poeta tem a plástica
A poesia é eclética
O poeta mente elástica
O poesia é fonética
O poeta a faz fantástica
Formosa que se embalança
E o poeta, só podia
Passa o dia e não se cansa
Contagiado com a euforia
Louquinho pra entrar na dança
A poesia é uma flor
Mais cheirosa e colorida
E o poeta voador
No ar, com o olhar convida
A bela a um beijo de amor
Beija-flor por toda vida
A poesia é um tesouro
Escondido em alguma ilha
O poeta, pirata mouro
Que navega em sua trilha
Em seus versos ouve-se estouros
Ice a vela! Alce a escotilha!
A poesia tem a estética
O poeta tem a plástica
A poesia é eclética
O poeta mente elástica
O poesia é fonética
O poeta a faz fantástica
Transito em Transe
Transito pela cidade
Nos becos as latas de lixo
Me sorriem ansiosas a evolução
A evolução
Sensassão apocalíptica
Uma políca isensata
Uma barata que assusta-me
Ao tocar na minha mão
A evolução
Transito pela cidade
O mau, o bom, o rico, o pobre
O tolo, o esperto, o errado, o certo
O calmo eo aflito, o feio e o bonito
O algo a ver e o ninguém
Ninguém: eu!
Transito pela cidade
E a relidade que enlouquece
Transparece na incerteza de quem
Simplesmente quer
Atravessar a rua
Transito pela cidade
Com o paraíso dos meus sonhos
Pisoteado, asfaltado, sem cor
Transito pela cidade
Com a poesia musicada
E sufocada por um grito de dor ...
Nos becos as latas de lixo
Me sorriem ansiosas a evolução
A evolução
Sensassão apocalíptica
Uma políca isensata
Uma barata que assusta-me
Ao tocar na minha mão
A evolução
Transito pela cidade
O mau, o bom, o rico, o pobre
O tolo, o esperto, o errado, o certo
O calmo eo aflito, o feio e o bonito
O algo a ver e o ninguém
Ninguém: eu!
Transito pela cidade
E a relidade que enlouquece
Transparece na incerteza de quem
Simplesmente quer
Atravessar a rua
Transito pela cidade
Com o paraíso dos meus sonhos
Pisoteado, asfaltado, sem cor
Transito pela cidade
Com a poesia musicada
E sufocada por um grito de dor ...
Assinar:
Comentários (Atom)
