Está escrito em letras inflamadas na rocha volátil dos tempos
Borbulhando nas águas que vertem dos relevos da alma
O grito rasgado dos sem boca
O estampido surdo dos canhões de granizo
O riso dos invasores residentes à beira dos grandes latifúndios
Sob altas voltagens e a luz velas
Enclausurados na dignidade sem teto
Na honestidade esfomeada
Na lealdade trêmula de frio enfumaçado
Está tatuado no pulso dos governos e nas entranhas da noite
A âncora material e toda a sua parafernalha tecnocrata
Colado à sola das botas que marcham vazias para o nada
Onde tudo se dissolve em geleia e miolos
Nos capacetes ocos transpassados de esperançase balas encandecentes
Caem estrelas que incendeiam ao tocar os olhos secos e e chiam na umidade das humildes almas já cansadasda da lida nas lavouras de rosas
Está pichado nos muros transparentes dos templos e tesourarias reais
E só os cegos viram a luz do momento esperado
Só os surdos ouviram as vozes e os murmúrios do nada
Só os mudos cantaram o hino da justiça
Tão silencioso e preciso quanto a flecha do arqueiro Divino.
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